10 junho 2013


   Toxoplasmose na gravidez

Por: Any Doésia

A toxoplasmose é uma protozoonose cujo agente etiológico é o protozoário Toxoplasma gondii, que tem como hospedeiro definitivo o gato e outros felídeos, e mantendo como hospedeiro intermediário outras espécies de mamíferos, e algumas aves ( MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).   
          É uma doença com ampla distribuição mundial, podendo ser congênita (adquirida durante a gestação) ou não (quando adquirida de outras formas). A incidência da infecção por Toxoplasma gondii varia dentro das comunidades humanas, dependendo dos hábitos alimentares, do contato com animais portadores da doença e das condições climáticas. Na maior parte, as infecções são pouco ou não sintomáticas, e o paciente soro converte, ficando imune (DINIZ, 2006). Essa doença não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra, com exceção das infecções intrauterinas, embora, já ter sido comprovado à transmissão da doença através de transfusões sanguíneas, transplante de órgãos de pessoas infectadas e acidentes laboratoriais (FILHO et al, 2005).




O gato é o hospedeiro definitivo do  protozoário Toxoplasma gondii
Fonte da imagem: http://www.brasilescola.com/doencas/toxoplasmose-congenita.htm
                                                             
         Sendo uma doença de importância para a saúde pública, alguns casos devem ser considerados com maior relevância, no que diz respeito ao agravo que essa doença pode resultar. Desse modo, um dos principais motivos de preocupação, são os casos de gravidez em que muitas mulheres por falta de cuidados e orientação acabam contraindo a doença e muitas vezes a transmitindo para o bebê (transmissão vertical), e com isso, trazendo consequências para a própria saúde e para a saúde do bebê podendo ser um problema bastante prejudicial e muitas vezes irreversível dependendo da gravidade do caso.

        Os ricos de transmissão da toxoplasmose para o feto é de 20%, 50% e 80% no primeiro, segundo e terceiro trimestre de gestação (DINIZ, 2006). Quando a transmissão para o feto acontece no primeiro trimestres de gestação os problemas causados no mesmo, são os mais prejudiciais. O recém-nascido pode ter encefalite (inflamação na parte do sistema nervoso central, incluindo cérebro, cerebelo e medula espinhal) e nascer com seqüelas. Em relação à visão, pode apresentar graves problemas como lesões oculares na retina dentre outras consequências. Geralmente nos primeiros três meses de gestação, os danos que o Toxoplasma gondii causa no feto (quando infectado) são bastante excessivos podendo a gestante sofrer aborto espontâneo (BONOTTO).
No caso se a doença for transmitida para o recém-nascido apenas no segundo trimestre de gestação, a criança poderá nascer prematura, com sinais de encefalite com convulsões, retardo mental, problemas oculares, dentre outras complicações.  Comumente a doença é transmitida para o recém-nascido durante o ultimo trimestre de gestação, quando isso ocorre, os danos causados são principalmente: pneumonia, miocardite ou hepatite associada a outros problemas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Porém, muitas vezes o recém-nascido não apresenta os sintomas da doença, ou seja, apenas cerca de 15% a 20% das crianças com toxoplasmose congênita apresentam os sintomas da doença ao nascer, sendo que muitos dos sintomas são considerados semelhantes aos de outras infecções congênitas (DINIZ, 2006).
As medidas preventivas que devem ser tomadas pelas gestantes para se evitar a toxoplasmose, são as mesmas para qualquer outro caso diferente da doença, só que com cuidados redobrados. Dessa forma, deve ser precisamente evitado o consumo de carne mal cozida (forma mais comum de contagio) principalmente carnes de carneiro e de porco, lavar bem os vegetais e frutas, evitar o consumo de leite cru, evitar o contato com ambientes contendo as fezes dos animais transmissores da doença e com o próprio animal especialmente os gatos, incluindo também, cuidados básicos com a higiene pessoal e domiciliar.
            Muitas gestantes não apresentam sintomas da toxoplasmose, por isso, é importante a realização de exames solicitados pelo médico para detectar a doença. E quando diagnosticada ser realizado o tratamento adequado durante o acompanhamento do pré-natal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Portanto, a melhor maneira de se evitar a toxoplasmose é a prevenção, principalmente pela dificuldade de tratamento da gestante e do recém-nascido e ainda, pelas grandes consequências trazidas durante a evolução da doença como sequelas e morte (DINIZ, 2006).

No vídeo você pode saber mais sobre a toxoplasmose, como se prevenir e o que fazer caso adquirir a doença.


REFERÊNCIAS:
BONOTTO, Ligia Beatriz. Principais riscos da toxoplasmose na gravidez. Disponível em:<http://www.oftalmopediatria.com/texto.php?ct=9&ano>. Acesso em: 02 de Dezembro de 2012.
DINIZ, Edna Maria de Albuquerque. O diagnóstico da toxoplasmose na gestante e no recém-nascido. São Paulo, 2006. Disponível em: <http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1184.pdf>. Acesso em: 03 de Dezembro de 2012.
FILHO, Ernesto Antonio Figueiró et.al. Toxoplasmose aguda: estudo da frequência, taxa de transmissão vertical e relação entre os testes diagnósticos materno- fetais em gestantes em estado da Região Centro-Oeste do Brasil. Campo Grande – MS. Rev. Brasil. Ginecol. Obstet, 2005. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010072032005000800002&script=sci_arttext>. Acesso em: 03 de Dezembro de 2012.

MINISTÉRIO da Saúde.  Doenças Infecciosas e Parasitárias - Guia de Bolso. 8ª Ed. Rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: <http:// portal.saude.gov.br/portal/.../doen_infecciosas_guia_bolso_8ed.pdf >. Acesso em: 02 de Dezembro de 2012.





  

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