Toxoplasmose na gravidez
Por: Any Doésia
A toxoplasmose é uma protozoonose cujo agente
etiológico é o protozoário Toxoplasma
gondii, que tem como hospedeiro definitivo o gato e outros felídeos, e
mantendo como hospedeiro intermediário outras espécies de mamíferos, e algumas aves
( MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
É uma doença com ampla distribuição mundial, podendo ser congênita (adquirida durante a gestação) ou não (quando adquirida de outras
formas).
A incidência da infecção por Toxoplasma gondii varia dentro das
comunidades humanas, dependendo dos hábitos alimentares, do contato com animais
portadores da doença e das condições climáticas. Na maior parte, as infecções
são pouco ou não sintomáticas, e o paciente soro converte, ficando imune
(DINIZ, 2006). Essa doença não é transmitida diretamente de uma pessoa para
outra, com exceção das infecções intrauterinas, embora, já ter sido comprovado à
transmissão da doença através de transfusões sanguíneas, transplante de órgãos
de pessoas infectadas e acidentes laboratoriais (FILHO et al, 2005).
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O gato é o hospedeiro definitivo do protozoário Toxoplasma gondii Fonte da imagem: http://www.brasilescola.com/doencas/toxoplasmose-congenita.htm |
Sendo uma doença de importância para a saúde pública, alguns casos devem
ser considerados com maior relevância, no que diz respeito ao agravo que essa
doença pode resultar. Desse modo, um dos principais motivos de preocupação, são
os casos de gravidez em que muitas mulheres por falta de cuidados e orientação
acabam contraindo a doença e muitas vezes a transmitindo para o bebê
(transmissão vertical), e com isso, trazendo consequências para a própria saúde
e para a saúde do bebê podendo ser um problema bastante prejudicial e muitas
vezes irreversível dependendo da gravidade do caso.
Os ricos de transmissão da
toxoplasmose para o feto é de 20%, 50% e 80% no primeiro, segundo e terceiro
trimestre de gestação (DINIZ, 2006). Quando a transmissão para o feto acontece no
primeiro trimestres de gestação os problemas causados no mesmo, são os mais
prejudiciais. O recém-nascido pode ter encefalite (inflamação na parte do
sistema nervoso central, incluindo cérebro, cerebelo e medula espinhal) e
nascer com seqüelas. Em relação à visão, pode apresentar graves problemas como
lesões oculares na retina dentre outras consequências.
Geralmente nos primeiros três meses de gestação, os danos que o Toxoplasma gondii causa no feto (quando
infectado) são bastante excessivos podendo a gestante sofrer aborto espontâneo (BONOTTO).
No caso se a doença for transmitida para o recém-nascido
apenas no segundo trimestre de gestação, a criança poderá nascer prematura, com
sinais de encefalite com convulsões, retardo mental, problemas oculares, dentre
outras complicações. Comumente a doença
é transmitida para o recém-nascido durante o ultimo trimestre de gestação,
quando isso ocorre, os danos causados são principalmente: pneumonia, miocardite
ou hepatite associada a outros problemas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Porém,
muitas vezes o recém-nascido não apresenta os sintomas da doença, ou seja,
apenas cerca de 15% a 20% das crianças com toxoplasmose congênita apresentam os
sintomas da doença ao nascer, sendo que muitos dos sintomas são considerados
semelhantes aos de outras infecções congênitas (DINIZ, 2006).
As medidas preventivas que devem ser tomadas pelas
gestantes para se evitar a toxoplasmose, são as mesmas para qualquer outro caso
diferente da doença, só que com cuidados redobrados. Dessa forma, deve ser precisamente
evitado o consumo de carne mal cozida (forma mais comum de contagio) principalmente
carnes de carneiro e de porco, lavar bem os vegetais e frutas, evitar o consumo
de leite cru, evitar o contato com ambientes contendo as fezes dos animais
transmissores da doença e com o próprio animal especialmente os gatos,
incluindo também, cuidados básicos com a higiene pessoal e domiciliar.
Muitas gestantes não apresentam sintomas
da toxoplasmose, por isso, é importante a realização de exames solicitados pelo
médico para detectar a doença. E quando diagnosticada ser realizado o
tratamento adequado durante o acompanhamento do pré-natal (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2010). Portanto, a melhor maneira de se evitar a toxoplasmose é a prevenção,
principalmente pela dificuldade de tratamento da gestante e do recém-nascido e
ainda, pelas grandes consequências trazidas durante a evolução da doença como
sequelas e morte (DINIZ, 2006).
No vídeo você pode saber mais sobre a toxoplasmose, como se prevenir e o que fazer caso adquirir a doença.
REFERÊNCIAS:
BONOTTO,
Ligia Beatriz. Principais riscos da
toxoplasmose na gravidez. Disponível em:<http://www.oftalmopediatria.com/texto.php?ct=9&ano>. Acesso em: 02 de Dezembro
de 2012.
DINIZ, Edna Maria de Albuquerque. O diagnóstico
da toxoplasmose na gestante e no recém-nascido. São Paulo, 2006. Disponível
em: <http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1184.pdf>. Acesso
em: 03 de Dezembro de 2012.
FILHO, Ernesto Antonio Figueiró et.al. Toxoplasmose aguda: estudo da frequência, taxa de transmissão vertical
e relação entre os testes diagnósticos materno- fetais em gestantes em estado
da Região Centro-Oeste do Brasil. Campo Grande – MS. Rev. Brasil. Ginecol.
Obstet, 2005. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010072032005000800002&script=sci_arttext>. Acesso em: 03 de Dezembro de 2012.
MINISTÉRIO da Saúde. Doenças Infecciosas e Parasitárias - Guia
de Bolso. 8ª Ed. Rev. Brasília:
Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: <http://
portal.saude.gov.br/portal/.../doen_infecciosas_guia_bolso_8ed.pdf >.
Acesso em: 02 de Dezembro de 2012.
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